A vida na Terra surgiu muito mais cedo do que acreditávamos, e a regra deve se aplicar a outros mundos...
Para os paleontólogos, os fósseis são como peças de um grande quebra-cabeças, e têm o poder de nos mostrar detalhes escondidos a milhões ou bilhões de anos atrás. Para os astrônomos, os fósseis são peças fundamentais para determinar quando a vida começou em nosso planeta, ou talvez, até no Sistema Solar.
E graças a uma equipe de cientistas australianos, foram descobertos os fósseis mais antigos de todos os tempos, que datam de 3,7 bilhões de anos, e pertencem a uma comunidade de micróbios que viviam no leito do oceano antigo. Além de fazer com que os cientistas reavaliassem suas teorias sobre o surgimento da vida na Terra, esses fósseis também podem nos dizer se já houve vida em Marte.
O fóssil foi encontrado numa área do sudoeste da Groenlândia, conhecido como Isua Supracrustal Belt (ISB), que se tornou acessível recentemente devido ao derretimento do gelo da região. Segundo a equipe, esses fósseis (que tem entre 1 e 4 centímetros) são estromatólitos, que são camadas de sedimentos formadas por colônias de antigas bactérias.
O estudo foi publicado na revista Nature Communications, e destaca que os micróbios fossilizados cresceram em um ambiente marinho raso, indicado por água salgada e amostras de rochas sedimentares.
Eles também são semelhantes às colônias de micróbios que podem ser encontrados hoje, em ambientes de água salgada pouco profundas. Mas, claro, o que torna este achado especialmente interessante é sua idade. Segundo o estudo, o fóssil de ISB teve origem no início da Era Arqueana, entre 4 e 3,6 bilhões de anos atrás.
Com base nas assinaturas isotópicas, a equipe datou os fósseis em 3,7 bilhões de anos de idade, o que os tornam 220 milhões de anos mais antigos do que aqueles encontrados em Pilbara Craton, no noroeste da Austrália. Na época, acreditava-se que esses fósseis australianos seriam as evidências mais antigas de vida na Terra.
Por que essa descoberta é tão fascinante?
Uma diferença de 220 milhões de anos não é pouca coisa. Portanto, os cientistas estão agora reconsiderando suas estimativas sobre quando a vida microbiana surgiu pela primeira vez no planeta Terra. Antes dessa descoberta, acreditava-se que a Terra era um ambiente infernal a 3,7 bilhões de anos atrás, ou seja, 300 milhões de anos após o planeta começar a ser resfriado. Os cientistas acreditavam que levaria pelo menos meio bilhão de anos para a vida se formar após o início do resfriamento. Agora percebemos que esse pensamento estava equivocado...
Durante o início da Era Arqueana, a atmosfera da Terra era altamente tóxica para qualquer tipo de vida terrestre que conhecemos hoje. Em seguida, a atmosfera primordial começou lentamente a ser convertida em algo "respirável", com oxigênio e nitrogênio, e a camada de ozônio começava a se formar.
O surgimento de vida microbiana desempenhou um enorme papel nesta transformação, permitindo a apreensão de CO² e a criação de oxigênio através da fotossíntese. Portanto, quando se trata de evolução da Terra, a questão de quando a vida surgiu e começou a afetar os ciclos químicos do planeta sempre foi primordial.
As chances de vida em outros planetas também aumentaram
"Esta descoberta coloca o estudo de habitabilidade planetária de cabeça pra baixo", disse o professor Bennett, um dos co-autores do estudo. "Em vez de especular sobre ambientes primordiais possíveis para a vida, pela primeira vez, temos rochas que nos mostram que as condições e o ambiente primordial sustentavam a vida."
A descoberta também inspirou algumas especulações de que estruturas de vida semelhantes poderiam ser encontradas em Marte. Graças aos esforços contínuos das sondas marcianas e naves orbitais, os cientistas sabem (com um grau razoável de certeza) que há cerca de 3,7 bilhões anos, Marte tinha um ambiente quente e úmido.
Como resultado, é possível especular que a vida em Marte teve tempo suficiente para se formar antes de sua atmosfera fosse comprometida e seus oceanos secassem.
Esta descoberta representa um novo marco para a mais antiga evidência preservada de vida na Terra. Ela aponta para um rápido aparecimento da vida na Terra e apoia a busca de vida em rochas semelhantes em Marte. Outro aspecto a ter em mente é que, em comparação com a Terra, Marte teve muito menos movimentos em sua crosta, portanto se a vida existiu por lá a 3,7 bilhões de anos atrás, como na Terra, será muito mais fácil de ser encontrada.
Essa é uma excelente notícia para a NASA, já que um dos objetivos principais da sonda que será lançada em 2020 é justamente encontrar evidências de vida microbiana. Será que, assim como ocorreu na Terra primordial, a vida em Marte teve início bem antes do que poderíamos acreditar?
FONTE: http://www.galeriadometeorito.com/
Para os paleontólogos, os fósseis são como peças de um grande quebra-cabeças, e têm o poder de nos mostrar detalhes escondidos a milhões ou bilhões de anos atrás. Para os astrônomos, os fósseis são peças fundamentais para determinar quando a vida começou em nosso planeta, ou talvez, até no Sistema Solar.
E graças a uma equipe de cientistas australianos, foram descobertos os fósseis mais antigos de todos os tempos, que datam de 3,7 bilhões de anos, e pertencem a uma comunidade de micróbios que viviam no leito do oceano antigo. Além de fazer com que os cientistas reavaliassem suas teorias sobre o surgimento da vida na Terra, esses fósseis também podem nos dizer se já houve vida em Marte.
O fóssil foi encontrado numa área do sudoeste da Groenlândia, conhecido como Isua Supracrustal Belt (ISB), que se tornou acessível recentemente devido ao derretimento do gelo da região. Segundo a equipe, esses fósseis (que tem entre 1 e 4 centímetros) são estromatólitos, que são camadas de sedimentos formadas por colônias de antigas bactérias.
Equipe australiana em Isua Supracrustal Belt (ISB), na Groenlândia, durante a exploração.
Créditos: University of Wollongong
O estudo foi publicado na revista Nature Communications, e destaca que os micróbios fossilizados cresceram em um ambiente marinho raso, indicado por água salgada e amostras de rochas sedimentares.
Eles também são semelhantes às colônias de micróbios que podem ser encontrados hoje, em ambientes de água salgada pouco profundas. Mas, claro, o que torna este achado especialmente interessante é sua idade. Segundo o estudo, o fóssil de ISB teve origem no início da Era Arqueana, entre 4 e 3,6 bilhões de anos atrás.
Fóssil de 3,7 bilhões de anos encontrado na Groenlândia.
Créditos: Nature / A.P. Nutman et al
Com base nas assinaturas isotópicas, a equipe datou os fósseis em 3,7 bilhões de anos de idade, o que os tornam 220 milhões de anos mais antigos do que aqueles encontrados em Pilbara Craton, no noroeste da Austrália. Na época, acreditava-se que esses fósseis australianos seriam as evidências mais antigas de vida na Terra.
Por que essa descoberta é tão fascinante?
Uma diferença de 220 milhões de anos não é pouca coisa. Portanto, os cientistas estão agora reconsiderando suas estimativas sobre quando a vida microbiana surgiu pela primeira vez no planeta Terra. Antes dessa descoberta, acreditava-se que a Terra era um ambiente infernal a 3,7 bilhões de anos atrás, ou seja, 300 milhões de anos após o planeta começar a ser resfriado. Os cientistas acreditavam que levaria pelo menos meio bilhão de anos para a vida se formar após o início do resfriamento. Agora percebemos que esse pensamento estava equivocado...
Ilustração artística mostra o início do planeta Terra, a 4,5 bilhões de anos atrás.
Créditos: NASA
Durante o início da Era Arqueana, a atmosfera da Terra era altamente tóxica para qualquer tipo de vida terrestre que conhecemos hoje. Em seguida, a atmosfera primordial começou lentamente a ser convertida em algo "respirável", com oxigênio e nitrogênio, e a camada de ozônio começava a se formar.
O surgimento de vida microbiana desempenhou um enorme papel nesta transformação, permitindo a apreensão de CO² e a criação de oxigênio através da fotossíntese. Portanto, quando se trata de evolução da Terra, a questão de quando a vida surgiu e começou a afetar os ciclos químicos do planeta sempre foi primordial.
As chances de vida em outros planetas também aumentaram
"Esta descoberta coloca o estudo de habitabilidade planetária de cabeça pra baixo", disse o professor Bennett, um dos co-autores do estudo. "Em vez de especular sobre ambientes primordiais possíveis para a vida, pela primeira vez, temos rochas que nos mostram que as condições e o ambiente primordial sustentavam a vida."
A descoberta também inspirou algumas especulações de que estruturas de vida semelhantes poderiam ser encontradas em Marte. Graças aos esforços contínuos das sondas marcianas e naves orbitais, os cientistas sabem (com um grau razoável de certeza) que há cerca de 3,7 bilhões anos, Marte tinha um ambiente quente e úmido.
Panorama marciano. Créditos: NASA / JPL-Caltech
Como resultado, é possível especular que a vida em Marte teve tempo suficiente para se formar antes de sua atmosfera fosse comprometida e seus oceanos secassem.
Esta descoberta representa um novo marco para a mais antiga evidência preservada de vida na Terra. Ela aponta para um rápido aparecimento da vida na Terra e apoia a busca de vida em rochas semelhantes em Marte. Outro aspecto a ter em mente é que, em comparação com a Terra, Marte teve muito menos movimentos em sua crosta, portanto se a vida existiu por lá a 3,7 bilhões de anos atrás, como na Terra, será muito mais fácil de ser encontrada.
Essa é uma excelente notícia para a NASA, já que um dos objetivos principais da sonda que será lançada em 2020 é justamente encontrar evidências de vida microbiana. Será que, assim como ocorreu na Terra primordial, a vida em Marte teve início bem antes do que poderíamos acreditar?
FONTE: http://www.galeriadometeorito.com/
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